Trabalhar é preciso, mas ser mãe é uma tarefa em tempo integral. Como conciliar?
Atualmente, as mulheres cumprem muito mais do que uma jornada de trabalho de oito horas/dia. O dia não começa e nem termina quando chega ou sai do seu local de trabalho. Ser mãe é uma jornada de 24 horas e que exige muita dedicação. É possível, nos dias de hoje, ser mãe e ainda uma trabalhadora ou empreendedora de sucesso? Será que as mulheres conseguem, de fato, exercer a maternidade, estudar, trabalhar e se atualizar para o mercado de trabalho?
Muitas, aliás, a maioria das mulheres tem demonstrado que sim, que isso é possível, mas que ainda enfrentam grandes dificuldades, principalmente no retorno da licença maternidade. Uma pesquisa realizada pela consultoria Robert Half com 1.775 diretores de recursos humanos de 13 países, sendo 100 brasileiros, no Brasil, em 85% das empresas, mostra que menos da metade de suas funcionárias retorna à vida profissional após o nascimento de seus filhos. A taxa é bem mais alta que a média global – 52% das companhias ouvidas em todo o mundo relataram o mesmo problema (Site Catho). Os conflitos são diversos. Uma pesquisa realizada pela empresa de recrutamento Catho, por exemplo, mostra que entre as mães, 48% apontam que já tiveram problemas no trabalho por ter que se ausentar porque o filho passou mal. Outro motivo de conflito são os pedidos para chegar mais tarde ao serviço em dias de reuniões escolares.
Os salários são mais baixos e, na disputa por cargos com os homens, com algumas poucas exceções, ainda é desigual. Tanto que muitas abandonam o trabalho fora de casa para se dedicar exclusivamente aos filhos. Outras se lançam ao mercado como empreendedoras, autônomas. Uma pesquisa da Vagas.com aponta que 52% das mães que trabalham fora dizem ter passado por algum constrangimento por causa da maternidade durante a gravidez ou no retorno da licença-maternidade. Entre elas, cerca de 20% relaram terem sido demitidas – apesar de a lei trabalhista vetar demissão sem justa causa durante a gravidez e até 5 meses depois do parto. Outras queixas levantadas pela pesquisa são comentários desagradáveis (especialmente de chefes), subestimação, redução de carga horária e salário e exclusão de projetos por conta da maternidade (site Valor Investe).
No entanto, o cenário parece estar mudando. Algumas empresas, por exemplo, têm dado subsídios para as mães como oferecer creche no local de trabalho ou ainda oferecer mais seis meses de trabalho remoto em casa para a fase de adaptação de retorno ao trabalho. Isso se dá porque muitas instituições têm percebido algumas características positivas que a mãe trabalhadora tem, como a capacidade de executar diversas atividades ao mesmo tempo, resiliência e perseverança, engajamento e expansão de equipe e estabelecer e gerenciar relacionamentos interpessoais, entre outras (Site Catho).
Há mulheres ainda que se lançam a novos desafios como se tornar uma empreendedora. Isso possibilita uma vida com maior flexibilidade de horários, dedicação ao trabalho sem deixar a família de lado.
Trabalhar e ser mãe: sim é possível e saudável conciliar, basta que cada uma encontre o seu momento e seu melhor caminho.
REFERÊNCIAS:
Site Catho. Maioria das brasileiras não volta ao trabalho após licença-maternidade. 18 out Disponível em https://www.catho.com.br/empresa-em-foco/maioria-das-brasileiras-nao-volta-ao-trabalho-apos-licenca-maternidade/ Acesso em out 2019. Site Catho. O perfil e as habilidades da mulher mãe no mercado de trabalho. 09 maio 2017. Disponível em https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/carreira/o-perfil-e-as-habilidades-da-mulher-mae-no-mercado-de-trabalho/ Acesso em out 2019. Site Valor Investe. 52% das mães já sofreram constrangimento no trabalho, diz pesquisa. Durante a gestão ou na volta da licença, situações vão de comentários maldosos a demissões. 09 05 2019. Disponível em https://valorinveste.globo.com/objetivo/empreenda-se/noticia/2019/05/09/52percent-das-maes-ja-sofreram-constrangimento-no-trabalho-diz-pesquisa.ghtml Acesso em out 2019