Todo momento é oportuno para conversar sobre a prevenção ao suicídio. Foi assim que realizamos a roda de conversa, Setembro Amarelo, no dia 05/09/2023.
Pensando em uma construção coletiva valorizando o que eles já sabem e juntando com novas informações iniciamos a nossa roda de conversa com a Psicóloga Eliane Castro.
“O amparo é uma das formas de evitar o suicídio. Quando as pessoas não se sentem valorizadas e amadas, elas querem matar essa dor e não sabem como. Todo ser humano precisa se sentir amado e esclarecido sobre suas emoções”, disse Eliane Castro.
A fala refletiu sobre “Saúde Mental”, tema abordado na roda de conversa promovida no CCII CEAK Educandário Eurípides. Com a participação dos nossos usuários, o diálogo levado reforçou, dentro da campanha Setembro Amarelo, como o acolhimento é essencial para a prevenção ao suicídio.
Para chamar a atenção do público sobre como identificar comportamentos de risco e os sinais de alerta da pessoa com intenção de suicídio, a psicóloga realizou um bate papo dinâmico no qual nossos usuários foram participando, dando seus depoimentos e alguns demostraram incômodos.
“Uma pessoa que está pensando no suicídio, ela não quer morrer, apenas quer acabar com aquela dor. Reparem nas frases do dia a dia, como “eu quero dormir e não acordar mais”, a pessoa necessariamente não precisa falar que precisa morrer. Devemos sim observar o comportamento de cada pessoa”, exemplificou a psicóloga Eliane sobre um sinal de alerta.
Conforme as palavras, a busca de ajuda profissional é fundamental. “Qual é a melhor forma de ajudar alguém que tem ideação suicida? Dizer que é frescura não irá ajudar. O que ajuda é o apoio, o acolhimento. É o agir que salva a vida. Devemos estar atentos aos sinais. A valorização da vida tem a ver com o que a gente tem de esperança e com os apoios que não podemos perder”, frisou.
Ainda foi discutido na roda de conversa as formas como as emoções se manifestam, e como o exercício de ouvir as pessoas é importante no desenvolvimento da empatia. “A prevenção ao suicídio é uma demanda da juventude. Levar o diálogo para perto é uma das formas de mudar essa tendência, principalmente nesse período complicado que é a adolescência.
Conversamos também sobre a automutilação, essa prática causa danos ao próprio corpo, e mais do que uma resposta simples de que “querem chamar a atenção”.
Precisamos trabalhar esse tema com seriedade, já que a automutilação não é uma prática tão incomum e está também ligada à saúde emocional. Quando fizemos a pergunta ao grupo sobre tal prática tivemos uns usuários que se manifestaram e uma em particular que contou sua experiência de uma prática que era comum, porém agora não mais. Nosso trabalho de prevenção é continuaremos acompanhando os casos manifestados e casos futuros que apareçam.
Depoimentos
“Menosprezei o que sentia por acreditar que era besteira e que procurar ajuda profissional seria um exagero. As pessoas mais próximas me falavam que estar deprimido era apenas um ponto de vista e que a minha melhora dependia exclusivamente da força de vontade. Sem dúvidas, lidar com isso foi algo que me fez perder tempo com o tratamento em procura ajuda”. E.A.C. 16 anos
“Parei de me cortar depois que entrei aqui no Educandário, encontrei força, apoio e sempre conversava com as educadoras e a Pedagoga que me fizeram entender que essa dor ia passar e que eu podia falar e não me maltratar”. A.M.S. 17 anos
Roda de Conversa: Roda Setembro Amarelo | Responsável: Valquíria Santos – Coordenadora Pedagógica CCII